Sexta-feira, tenho que levar um
amigo a rodoviária, ele vai a Fortaleza. Trabalhamos na mesma empresa. Ele é
programador visual e eu sou redator, fazemos uma dupla de trabalho. Na verdade,
vou dirigindo o carro que a empresa nos cede para estas ocasiões. Chegando a
rodoviária, ainda há algum tempo até que o ônibus chegue, vamos à lanchonete
com o intuito de beliscar alguma coisa.
Na lanchonete, nos chama a
atenção a TV ligada, transmitindo o programa de um partido. Ficamos ali,
conversamos, lanchamos e assistimos ao programa político com algum interesse. Observo
que ladeando o balcão, duas jovens conversam, atentas ao programa. Também elas
vieram acompanhar uma amiga que viaja para o interior do estado.
Saimos dali praticamente juntos. Pergunto
a uma das moças para onde estariam indo. Antes que responda, informo que vou ao
centro da cidade, ofereço carona. Confirmam que vão indo no mesmo sentido e
aceitam ir comigo. Até chegar ao local em que devem descer, pouca conversa,
apenas sondagens de nomes e ocupações na cidade. Ficam na avenida principal. Ao descer, agradecem pela carona e esboçam um sorriso, como se sugerissem um até breve.
Alguns dias depois, o amigo que
havia ido a Fortaleza me interroga sobre a possibilidade de sairmos para
conversar. Diz que conheceu uma pessoa de Teresina em Fortaleza e que está
combinado de saírem no final de semana próximo. Diz ele que esta pessoa tem uma
amiga e que a tal amiga deseja me conhecer. Retira um papel do bolso e
entrega-me. Neste papel estava anotado o número do telefone de contato. Naquele
momento eu estava mesmo interessado em conhecer pessoas novas na cidade, morava
sozinho e sair com alguém pra conversar seria mesmo estimulante. Gostei da ideia e fiquei de ligar.
Meu amigo conta que numa destas
coincidências, a tal pessoa esbarrara nele quando entravam numa loja e, passado
o susto, ela teria perguntado se ele poderia ensinar como chegar a outra loja. Ele se oferecera
para ir com ela até lá, no percurso, enquanto conversavam e teriam descoberto que moram na
mesma cidade, que estariam ali em trânsito. Desde então, nas
conversas que dali foram acontecendo falaram sobre o trabalho, as amizades, os
gostos pessoais. Dentre tantas coisas, teriam armado o meu encontro com esta amiga da nova amiga dele.
Passei a ligar para o tal número
e sempre estava ocupado. Passados alguns dias sem sucesso cheguei a pensar que
não conseguiria. Cheguei a falar com ele que me prometeu ver se havia algum
problema com o número. Não havia. Continuei a insistir até que num determinado
momento eu consegui. No início, fiquei um pouco sem saber o que dizer. Aos
poucos, fui me sentindo mais seguro, falei do meu amigo, da amiga dela e de como
havia tomado conhecimento do número do telefone. Demonstrei interesse em conhecê-la
e a convidei para sairmos. Acertamos para sair, para irmos a um bar cultural
que é moda na cidade.
Quando a vejo, reconheço-a de
cara, é uma das jovens a quem dei carona da rodoviária até o centro da cidade.
Tomo o destino do endereço do bar para onde combinamos ir. Como o bar está sem
mesa desocupada, ficamos num restaurante, logo em frente. Na conversa, vai a noite tomando o seu jeito sedutor de sorrir e de como mexe com os cabelos, cada vez de um modo diferente. Cativo, prendo a minha atenção. Ficamos atentos um ao outro dias e noites seguidos dai por longo tempo.
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