domingo, 10 de outubro de 2010

SOBRE VIVER, O JOGO DA VIDA


Na roda de amigos o assunto que predomina é o jogo que está sendo a mania do momento. Chama-se “Sobre Viver”, assim, separado. Diz-se que isto significa uma reflexão a respeito da vida, ou melhor, do viver. Não é uma destas teorias orientais e nem tem nada a ver com nenhuma delas. Ninguém sabe de onde veio e nem qual a corrente filosófica que o sustenta, o que se sabe é que diz respeito ao estímulo para que se responda de modo diferente às questões que o viver apresenta em cada situação do cotidiano. Ficam de fora as respostas fisiológicas como saciar a fome ou a sede que não teriam a ver com estados de consciência, num primeiro momento. Sim, porque, conforme o nível de compreensão de cada indivíduo até tais questões podem suscitar respostas inteligentes. Assim, a escolha de um caminho, as divergências políticas, religiosas etc., e as transações comerciais, de imediato, podem ser respondidas de diferentes modos. Não há indicação estável para nenhuma situação.
Quanto mais conhecimento o indivíduo detém, mais possibilidades ele pode oferecer para a mesma questão. Mas uma das grandes sensações do jogo é que as respostas não são apresentadas de pronto, mas cada um busca sua resposta através de pistas que um certo jogador vai ofertando a cada participante. Ou seja, o jogo é conduzido por uma espécie de jogador hábil que deixa seus enigmas e cobra de cada participante que os decifre, a moda do coringa, das histórias de Batman. O jogo não oferece prêmios e nem todas as regras estão definidas, joga-se pelo prazer de jogar e as recomendações mais particulares vão se implantando à medida em que se joga.
Outra coisa interessante é que uma vez entrando no jogo, não há um lugar determinado para se jogar, joga-se no viver cotidianamente. Em todas as situações da vida em sociedade. Isto faz com que algumas pessoas nem se dêem conta de que estão participando do jogo. Os jogadores vão formulando suas repostas e seus interlocutores, embora estranhe algumas vezes, certas situações de imprecisão nas situações, sentem-se estimulados a decifrarem os enigmas e já ingressam na condição de jogadores.
A principal indicação é de que as respostas prontas não satisfazem, tem-se que buscar repostas diferentes para as situações mais comuns. Uma situação como, por exemplo, a necessidade de lavar roupas pode ter como enigma trocar a sua roupa suja com alguém que tem roupa limpa propondo para esta pessoa questões que ela deve responder e se não conseguir chegar a tais respostas em tempo determinado e situações pré-estabelecidas, é obrigada realizar a troca. Não pode reclamar ou desistir porque isto não permitido pelas regras básicas do jogo.
O jogo estimula relações mais inteligentes e reações mais racionais diante das diversas situações do cotidiano, estabelecendo entre os jogadores estados de consciência e prazer nas relações e no cumprimento de tarefas mais simples que, em geral, se tornam rotinas enfadonhas e oferecem desgaste na sua realização. Porém, como todas as situações em que há exagero na busca de uma resposta mais inteligente, surgem certos níveis de estresse e até de frustração o que pode gerar desconforto. Nestes casos, é chamado o jogador que conduz o eixo do jogo e este propõe enigmas de recuperação do estado de tranqüilidade a profissionais da área de saúde que deverão dar respostas ao paciente dentro de certa exigüidade de tempo. É uma situação que pode conduzir a uma corrente de situações indesejáveis visto que os próprios profissionais de saúde também podem responder a isto produzindo para si condições estressantes o que vai requerer que sejam também observadas as suas respostas por outros profissionais e assim por diante.
A regra número um deste jogo é que ele não limita o número de seus participantes e ele pode ser recriado a cada necessidade de uma nova resposta, sempre estimulando a capacidade inteligente de seus jogadores, tomando como princípio fundamental cada possa viver melhor.

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